sábado, 25 de abril de 2009

"Olha, o que eu sei é que eu não nasci assim, mas também não cheguei ao ápice da boa forma de um adulto. Eu sei aonde quero chegar, mas não sei como fazer para não deixar partes de mim pelo caminho. Eu sei o que eu quero e o que eu gosto, mas talvez eu ainda não tenha aprendido como conseguir, pedir, latir, gritar para ganhar. Eu só sei que eu quero. Quero agora, nesse segundo, com os olhos, boca, fígado e coração implorando. Sei das minhas histórias, do que eu vi, vivi, venci. Sei do que eu perdi. Perdi muito. Muito mesmo. Mas continuo em mim e com as pessoas que amo. Acredito em mim. Gosto de mim, acima de tudo. Estão vendo aquelas marquinhas na testa, nas costas, na barriga? Varicela. Catapora. Nenhum photoshop apaga minhas cicatrizes. As físicas sim, mas não as que o tempo fez. Amo e respeito meus tombos, e as marcas que me deixaram.
Eu pisquei os olhos e cresci. Quando me vi, já estava lá, sendo. Mal conduzida, indigesta, sem paciência com os outros e com o tempo que passa depressa demais. Não adianta, eu vou continuar dando uma banana para as eleições nos Estados Unidos, para os corações levianos, para quem acha que eu não posso achar nada por ser nova demais. Pra quem acha que maturidade, personalidade, jogo de cintura se avaliam pelo RG ou barba na cara. Com a minha idade, não estou mesmo preocupada em me descobrir, me definir, me escrever, eu quero é ser, só ser! Menina, mulher, assumindo meus defeitos, dando a cara aos tapas, errando, admitindo, pedindo desculpas, conversando, brincando, amando, mas o suficientemente eu, eu e eu, para me assumir, TRANSPARENTE, em todas minhas vertentes."

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