domingo, 12 de julho de 2009

- Isso aqui é seu, tinha comprado pra você. É seu!
- Não quero.
- Xiiu. Não se devolve presente.
- Eu não quero!
- Aceita! Nem que seja pra dizer: "Aceito. O que é que me custa aceitar? não tem importância, não gosto dele mesmo!" hãn. Então diz.. diz "eu não te amo", diz! E aceita.. depois você faz o que você quiser com isso. Derrete, manda fazer um pingente, sei la, atira para Iemanjá! Perde... mas, aceita. Em troca, eu só quero um beijo.
- Eu não posso!
- É a minha ultima cena, minha cena de despedida. Você me beija e eu vou embora e saio do seu filme pra sempre.
- Se eu beijar você agora, eu vou querer beijar muito mais, a vida inteira. Vou querer casar com você, pra beijar você toda noite.. até, até toda noite virar uma noite e outra, até uma noite outra virar de vez em quando.. até de vez em quando virar nunca mais. Até esse amor, que agora é tão grande, nem se lembre mais de como era no passado. Eu não posso! Eu não posso ficar com você. Eu não quero gastar esse amor... eu quero lembrar dele, assim, pra sempre. Do jeito que a gente ta sentindo ele agora.
- Nada vai mudar!
- Não depende da gente. É o tempo.
- Há! Que tempo é esse capaz de mandar no meu amor? Não existe esse! Ta para nascer esse espaço de tempo que vai me impedir de enxergar o que eu vejo, de desejar o que eu quero, de amar o que eu sinto. Esse tal desse tempo é Deus, fazer outro de mim. Deus de que tamanho? Vinte séculos? Dez milênios?
- Trinta anos.
- Quase nada... Eu espero, ta? Só pra provar pra você que amor como esse não se mede por fita métrica, muito menos por calendário!

(A dona da história)

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